“Estava em pé quando ouvi o primeiro estampido seco de um disparo… sem antes entender o que ocorria, senti uma dor fraca, de um arranhão, uma coceira, ardência, que foi logo atendida com as unhas sujas. Quão grande foi o espanto de um toque gelado, como o sentimento de algo gosmento, mas sem dor, e ao olhar, ver a carne da cabeça do ombro trespassada… só então, uma dor lancinante apoderou-se, sem clemência… a dor me jogou ao chão, miraculosamente protegendo a cabeça de projéteis raspantes por um pequeno elevado de terra, um montinho, que cobria a cabeça completamente, mas deixava o traseiro para a alça de mira inimiga… dolorosas chicotadas! mas sem antes, levar de fio-a-pavio, um pouco no lombo seco e maltratado de tantos dias de mochila, e como ardia os raspantes. Antes que o chão me amparasse, outro perfurou-me o ombro, quase junto ao primeiro, indicando um bom atirador a apertar o gatilho; talvez entrincheirado… mas já eu estava a ir ao chão, que me engoliria em breve.”